Desde sempre a humanidade realiza uma busca incessante pela plena felicidade. Parece uma verdadeira corrida por esta utopia. O que seria necessário para alcançar este objetivo? A perfeição parece um belo inicio de reflexão.
O primeiro testamento narra a odisséia do povo em busca da terra prometida. Deus caminha com este povo, mas aparece como um verdadeiro sentinela, vigiando e punindo o povo por seus desvios do caminho. Segundo os escritos, envia doenças, secas, enchentes, fome e sede afim de colocar este povo novamente no eixo.
Jesus rompe com esta idéia de um Deus que castiga, oprime, escraviza. O Deus de Jesus é um Deus compassivo, amável, misericordioso. Jesus humaniza este Deus todo poderoso até então apresentado ao povo.
Ora, se nosso objetivo é a busca da felicidade e a busca da felicidade está em Deus, que é perfeito, devemos nós também sermos perfeitos, não é? Aí está uma bela pergunta: a perfeição é critério para ser feliz? Como buscar esta perfeição?
Há, então, duas vertentes: a misericórdia e o sacrifício. O sacrifício é a prática daqueles/as que jamais assumirão sua condição de filhos imperfeitos de Deus. Há então que se buscar viver uma vida de sacrifícios, verdadeiros martírios afim de provar a este Deus que se é digno de redenção. Ai vale tudo: jejuns, auto-flagelo, promessas, etc...
Há porém, outra prática: a misericórdia, fundamentada, inclusive, nos evangelhos. Deus quer misericórdia e não sacrifícios (cf Mt 9,13). Jesus revela a face humana de Deus e a Deus revela o divino que há na humanidade. Aceitar a condição de limitados/as é também dizer que somos criaturas divinas.
Claro que a perfeição deve sempre ser nosso horizonte, mas compreender que essa busca se dará por toda nossa vida. Nessa busca contamos com a presença de um Deus compassivo, um pai adorável que está ali de mãos estendidas a cada tropeço que dermos, basta apenas aceitar e, quando necessário, também estender a mão aos outros. Aí está o mistério da redenção: amar, amar e amar!
Luiz Fernando Rodrigues
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