8 de novembro de 2011

LAMENTO DE UM EDUCADOR


Por Rodrigo de Andrade

Toda morte de um jovem é uma catástrofe universal.
... Não questiono seus atos, suas palavras, suas escolhas,
apenas,
pelo simples fato de em seu peito bater um coração jovem,
cheio de sonhos,
que nutria a esperança,
que buscava lugar entre os privilegiados,
por este simples motivo,
sua morte é uma catástrofe.

Penso na mãe que agora chora seu luto.
Penso nos amigos que cultivam o medo,
sem saber quem será o próximo.
Penso nas pessoas que este jovem encontrou em seu curto caminho.
Dentre estas pessoas estou eu.

O que fiz para evitar esta tragédia?
O que fiz para promover sua vida?
Se fiz, não fiz o bastante.
No fundo, todos nós temos parte neste triste findar da vida.

Em verdade esta morte é o fim de uma longa agonia.
Agonia de um jovem que morria pouco a pouco.
Morria por ser pobre.
Morria por ser favelado.
Morria por ser diferente.
Morria por ter amigos "suspeitos".

Morre-se um pouco a cada dia
quando a vida é uma batalha.

Quantos ouvidos não o ouviram?
Quantos olhos não o enxergaram?
Quantas vozes diante dele se calaram?
Quantas bocas não o beijaram?
Quantos braços não o abraçaram?

Quando uma vida não é cultivada,
alguém revindica a posse dela,
e,
como se usasse um lenço descartável,
decide eliminá-la.

Me recuso a contá-lo entre as estatísticas policiais.
Prefiro classificá-lo entre os tantos e tantos jovens
que,
se aqui na terra sofreram a dor da violência e do descaso,
no céu agora encontram a felicidade nos braços do Eterno Pai.

15 anos encerrados em menos de 1 minuto.

CHEGA DE VIOLÊNCIA E EXTERMÍNIO DE JOVENS!!!

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